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O laptop escolar no lugar de Livros

O governo federal concluiu o pregão eletrônico para a compra de 150 mil notebooks que serão usados por alunos da rede pública de ensino do país.
A brasileira CCE, por meio de seu braço de informática Digibras, foi declarada vencedora do pregão, com o equipamento portátil Classmate, desenvolvido pela fabricante de chips Intel.

A decisão foi tomada na última semana de dezembro.

O laptop fornecido pela CCE terá garantia de 12 meses em todo o país para qualquer tipo de problema. O equipamento terá memória de no mínimo 512 megabytes, duas portas USB, tela de pelo menos sete polegadas e disco de armazenamento com capacidade mínima disponível de 1 gigabyte.

O projeto Um Computador por Aluno prevê que a distribuição dos 150 mil laptops seja feita em 300 escolas do país cadastradas para participar do programa. Em 30 dias, diz Cezar Alvarez, assessor especial da Presidência da República, o primeiro lote de 3 mil equipamentos será entregue nessas escolas para que os professores sejam treinados sobre como usar o recurso em sala de aula. Conforme previsto no edital, a CCE deverá entregar mais 37 mil laptops em 80 dias no máximo. Os demais 110 mil laptops chegarão às escolas em até 180 dias. "Todos os equipamentos estarão nas escolas até meados de maio", comenta Alvarez.

A ideia de distribuir computadores como se fossem livros foi inspirada no chamado "laptop de US$ 100", projeto idealizado pelo ex-professor do Massachusetts Institute of Technology (MIT) Nicholas Negroponte. Em novembro de 2006, Negroponte chegou a vir ao Brasil e entregou nas mãos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva um protótipo de seu equipamento, o chamado "XO". Apesar da publicidade, o laptop de Negroponte não foi adiante no Brasil. No Uruguai, o XO emplacou. Hoje, o laptop educacional é o programa de maior popularidade do governo uruguaio.

A expectativa do governo brasileiro é de que novas aquisições de portáteis ocorram ao longo do ano. Em julho passado, foi aprovada a criação de uma linha de crédito de R$ 600 milhões pelo BNDES para Estados e municípios interessados em adquirir laptops e distribuí-los nas escolas públicas.

Para o professor João Antônio Zuffo, coordenador do Laboratório de Sistemas Integráveis da Universidade de São Paulo (USP), a utilização de laptops em sala de aula é um caminho sem volta. "Esse caminho é irreversível e os benefícios são muitos, mas é preciso atentar para a questão do conteúdo. Sem dar ao aluno um material lúdico e interativo, esse projeto está fadado ao fracasso."

Data: 06/01/2010 - Fonte: Valor On Line

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